Autoimagem e Emagrecimento: Um caminho de aceitação, saúde e não padronização
- Natália Neira
- 7 de mai. de 2022
- 2 min de leitura

Sempre me perguntei por que era tão sacrificante ficar no peso que eu desejava. Por que não conseguia me conciliar com meu corpo, me alimentando da maneira que quisesse?
Na terapia, traumas vividos na infância, que eu nem dimensionava como “traumas”, começaram a surgir. Há um pouco mais de um ano, a pandemia trouxe excesso de peso e, novamente, me via no looping de achar que meu peso era o meu problema. Quando na verdade, comecei a perceber que não importava o quanto eu pesasse, a insatisfação continuava lá.
Em uma das sessões, o terapeuta perguntou “e quando você se sentiu bem com seu corpo?”. Essa pergunta abriu um imenso vazio dentro de mim. Eu nunca havia me sentido bem no meu próprio corpo, nem no menor peso.
Foi no trabalho de me reconectar com a raiva, de me permitir resgatar algumas dívidas com essa emoção, que percebi que a direcionava ao meu corpo. Traumas de infância, rejeições, apelidos, foram tomando uma forma consistente e dolorosa. Isso demonstrava todo um histórico de desconexão comigo mesma, com o meu corpo, com a minha condição humana. Olhar para aquela sensação de inadequação me conscientizou do quanto minha imagem e consciência corporal haviam sido afetadas.
Essa questão é presente, principalmente, na vida das mulheres, pressionadas por um padrão de beleza inalcançável. Além de procedimentos cirúrgicos cada vez mais invasivos, filtros de photoshop, há uma indústria ganhando, sobretudo, com a nossa insatisfação, a "indústria da insatisfação".
Como um chamado, atendo cada vez mais casos de pessoas que sofrem com sua imagem corporal. Já ouvi de paciente que ser insatisfeita com seu corpo era o que a fazia não voltar a engordar. Ou seja, o eixo da relação é a insatisfação. E isso estabelece uma relação, completamente, violenta consigo mesma.
Percorrer o caminho do #emagrecimento, do #ganhodemassamagra, da #perdadegorduracorporal (ou o que quer que você queira chamar), pode ser um caminho de #autodescoberta, de forma consciente e cuidadosa. Cuidar da sua alimentação é cuidar da nutrição do se corpo, cuidar das suas emoções e relações é cuidar da nutrição da sua alma.
A #psicoterapia é uma importante aliada para apoiar todo esse processo.
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